Bom dia.
O último dia útil de abril fecha o mês com números curiosos, sinais de reaproximação entre China e EUA e uma rodada de dados que apontam para mudanças nos fluxos de capital estrangeiro ao Brasil. No destaque de hoje, um levantamento da Anbima mostra que 4 milhões de brasileiros acreditam que apostas (bets) são uma forma de investimento. O dado preocupa e acende o alerta sobre educação financeira no país.
Vamos aos principais destaques desta terça-feira:
Bets como “investimento”? Quatro milhões acreditam que sim
Segundo pesquisa da Anbima, 4 milhões de pessoas consideram apostas esportivas uma forma de investimento. A falta de distinção entre jogo e alocação de capital revela um grave problema de educação financeira — e deve ganhar atenção nas discussões regulatórias com o avanço das plataformas de bet no país.
ETF de ações argentinas estreia na B3
A Bolsa brasileira passou a negociar o primeiro ETF composto exclusivamente por empresas argentinas. A novidade chega num momento em que o governo Milei tenta atrair investidores estrangeiros e reconquistar confiança no ambiente institucional da Argentina.
Negócio da semana
A Salta, maior rede de educação básica do Brasil, comprou a rede Antares, de Fortaleza, incorporando 10 escolas e 5 mil alunos ao grupo. A aquisição fortalece a presença da empresa no Nordeste.
Mercado imobiliário segue firme
O crédito imobiliário com recursos da poupança cresceu 16% no 1º trimestre, segundo a Abecip. Apesar dos juros ainda elevados, a demanda por habitação permanece aquecida — especialmente em faixas de renda mais altas.
Fluxo volta à Bolsa brasileira
Pela primeira vez em quatro anos, o número de cotas do EWZ — o principal ETF de ações brasileiras negociado em Nova York — aumentou. É um sinal de que investidores estrangeiros voltaram a comprar Brasil, após anos de saídas líquidas.
Infraestrutura ainda sem tração
Apesar das promessas, nenhuma emissão de debêntures de infraestrutura foi realizada neste ano. Juros altos, incertezas fiscais e o trauma da Lava Jato seguem afastando investidores desse tipo de papel.
Movimentos no Brasil corporativo
- A Netflix dobrou seu escritório em São Paulo e se mudou para Pinheiros, apostando em mais produções e negócios locais.
- O restaurante Madero volta a abrir unidades, após reestruturação interna e susto com a janela de IPO perdida em 2021.
- A Eletrobras aprovou a chapa da administração e barrou a indicação de Gasparino ao conselho.
- O IGP-M acelerou para 0,24% em abril, com alta acumulada de 8,50% nos últimos 12 meses.
Agro e logística
- O porto da China deve receber 32% mais soja brasileira em abril, refletindo a safra recorde e a demanda aquecida.
- O estado de São Paulo anunciou fundo de até R$ 150 milhões para biocombustíveis, incentivando o avanço da energia limpa no setor.
Mundo: sinais de distensão tarifária
- A China removeu a tarifa de 125% sobre o etano dos EUA, indicando que está disposta a aliviar os custos de setores estratégicos.
- Trump assinou um decreto que reduz tarifas sobre automóveis, numa tentativa de aliviar tensões com países aliados e responder às críticas do setor automotivo.
- Nos EUA, a Casa Branca criticou a Amazon por divulgar os custos das tarifas diretamente aos consumidores — jogada vista como política.
Inovação, fintechs e IA
- A CVM deve rever regras para facilitar a tokenização de ativos, buscando modernizar o mercado de capitais brasileiro.
- A Mombak, startup de créditos de carbono, captou US$ 30 milhões em rodada Série A, liderada pela Union Square Ventures.
- A Clara, fintech mexicana de cartões corporativos, levantou US$ 80 milhões para crescer na América Latina.
- Para Hernan Kazah, da Kaszek, o cenário de IA torna este o melhor momento da história para investir em startups.