O Ibovespa encerrou o pregão de segunda-feira em alta de 0,55%, acompanhando o tom mais positivo dos mercados globais e o alívio nas commodities agrícolas. No acumulado de outubro, o índice avança 0,50%, sustentado pelo movimento de recuperação das ações ligadas ao setor industrial e financeiro.
No Brasil, o destaque ficou com o BTG Pactual, que anunciou sua entrada no mercado de maquininhas com o lançamento do BTG Pay, ampliando sua presença no varejo e acirrando a disputa com players como Stone e Cielo. A notícia foi bem recebida pelo mercado, reforçando a estratégia de diversificação de receitas do banco. Outro ponto de atenção veio do agronegócio: a soja atingiu a máxima em quatro meses em Chicago, impulsionada por expectativas de acordo comercial entre Estados Unidos e China e pela demanda internacional aquecida.
Além disso, o governo brasileiro acompanha o andamento do pacote fiscal que pode ser votado ainda nesta semana, com medidas voltadas ao equilíbrio das contas públicas e à sustentabilidade da dívida, tema que segue no centro das discussões econômicas após o alerta do UBS sobre a necessidade de ajuste equivalente a 4% do PIB.
Nos Estados Unidos, os mercados operaram de forma cautelosa, à espera de novos dados de inflação e emprego que podem alterar as expectativas sobre o início dos cortes de juros pelo Federal Reserve. Ao mesmo tempo, grandes empresas de tecnologia seguem em reestruturação: a Amazon deve cortar até 30 mil postos administrativos, enquanto a Meta anunciou nova rodada de demissões e o lançamento de funcionalidades que exploram o uso de inteligência artificial e posts temporários em suas plataformas.
Já na China, o sentimento misto permanece. O governo sinaliza um possível adiamento das restrições de exportação de terras raras, o que derrubou as ações do setor e reacendeu preocupações sobre a condução da política industrial do país. O movimento vem em meio à tentativa de Pequim de equilibrar estímulos à economia com o controle de tensões geopolíticas.
O cenário global, portanto, segue dividido entre ajustes internos e expectativas de retomada. Enquanto o Brasil tenta avançar em reformas e atrair investimentos, os Estados Unidos monitoram a desaceleração econômica e a China enfrenta um momento de reorganização estratégica — um retrato que reforça o caráter interligado e volátil da economia mundial.