Novos nomes, projetos e crises colocam governo e mercado em alerta — e a sensação é de que o jogo político começou a se mexer mais cedo do que o esperado.
Haddad tenta recompor o fiscal
O ministro da Fazenda confirmou que o governo enviará dois projetos de lei para substituir a MP 1.303, que perdeu validade no início de outubro. Um texto tratará de controle de gastos públicos, o outro de taxação de apostas online e fintechs — tema que, segundo Haddad, veio por “pedido direto de Lula”.
A MP era uma das principais apostas para equilibrar o orçamento de 2026, com impacto estimado de R$ 36,2 bilhões. Agora, a Fazenda tenta reconstruir parte dessa arrecadação, enquanto o mercado segue cético sobre o cumprimento das metas fiscais.
💭 No mercado, o clima é de expectativa: o Congresso deve resistir à parte mais impopular da proposta, especialmente à taxação sobre LCAs e LCIs.
Boulos entra no governo e o PSOL entra no Planalto
Lula anunciou Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, em substituição a Márcio Macêdo. A mudança marca a 13ª troca de ministro no atual mandato e a primeira vez que o PSOL ocupa um cargo no primeiro escalão.
O gesto é político e simbólico: aproxima o governo dos movimentos sociais em ano pré-eleitoral e abre espaço para articulações dentro da base de esquerda. Boulos, por sua vez, já sinalizou que não será candidato em 2026.
💭 A nomeação foi combinada com Gleisi Hoffmann e Rui Costa — e reforça a leitura de que Lula quer “levar o governo para as ruas”, como o novo ministro declarou.
Ambipar despenca 29% e pede recuperação judicial
Depois de semanas de rumores, a Ambipar (AMBP3) confirmou o pedido de recuperação judicial no Brasil e nos EUA. O motivo: irregularidades em operações financeiras realizadas pela diretoria.
A descoberta provocou uma corrida de credores e uma queda de 29,3% nas ações, que fecharam a R$ 0,41. A companhia afirma que há um inquérito criminal em andamento, e que contratou a FTI Consulting para investigar o caso.
💭 O episódio acendeu um alerta no mercado: com R$ 10 bilhões em dívidas e 40 países de operação, o grupo que cresceu rápido demais agora enfrenta o teste mais duro desde o IPO.
Apostas da Caixa chegam em novembro
A Caixa Econômica Federal estreia sua plataforma própria de apostas ainda em novembro. A meta é ambiciosa: R$ 2,5 bilhões de receita até 2026, em um mercado que já movimenta R$ 17,4 bilhões só neste ano.
💭 O lançamento acontece em meio à queda das loterias tradicionais e à tentativa do governo de avançar sobre o novo filão das bets, que devem ser taxadas nos próximos meses.
O preço do vício
Uma pesquisa da Loft revelou que 13% dos inquilinos já atrasaram ou deixaram de pagar o aluguel por causa de apostas online. Entre jovens de 18 a 24 anos, o número salta para 36%.
Mesmo com 78% afirmando que “a maioria perde dinheiro”, as bets seguem crescendo. O jogo virou um fenômeno cultural — e um risco financeiro crescente para famílias e investidores.
Amazon acelera a era dos robôs
Documentos internos revelam que a Amazon pretende substituir mais de 500 mil empregos por robôs nos próximos anos, automatizando até 75% das operações globais.
A empresa diz que o plano é “incompleto”, mas o alerta está dado: a era dos “cobots” — robôs colaborativos — já começou. Especialistas alertam que a big tech pode se tornar um destruidor líquido de empregos.
💭 Em tempos de IA e produtividade recorde, o mercado de trabalho global encara o dilema: eficiência a qualquer custo?