MCall | 11/11/2025: Justiça decreta falência da Oi e Tesla enfrenta queda histórica na China

A semana começou com notícias de grande impacto no Brasil e no exterior. No cenário doméstico, a Justiça do Rio de Janeiro decretou a falência da Oi, encerrando uma das mais longas e emblemáticas recuperações judiciais da história do país. A decisão marca o fim de uma era para o setor de telecomunicações e abre um novo capítulo sobre os desafios de gestão, endividamento e transformação digital em grandes companhias nacionais. A B3 suspendeu as negociações das ações da operadora, e o processo de liquidação dos ativos deverá movimentar o mercado nos próximos meses. Além disso, o Brasil concluiu uma emissão externa de títulos sustentáveis, captando US$ 2,25 bilhões. O movimento reforça o interesse internacional por papéis ligados a práticas ESG e fortalece a imagem do país às vésperas da COP30. Em paralelo, a Vale anunciou planos para reduzir sua dependência da China, com foco em novos mercados como Índia e Vietnã — uma estratégia que busca mitigar riscos em meio à desaceleração global e às flutuações do preço do minério. Outros destaques incluem a consolidação da Cosan, com Rubens Ometto firmando acordo de acionistas com BTG Pactual e Perfin, e a venda da Maternidade Star, da Rede D’Or, por R$ 223 milhões. O setor corporativo segue em movimento de reestruturação e ajustes estratégicos, refletindo o momento de cautela e busca por liquidez. No mercado internacional, a Tesla registrou uma queda nas vendas na China, atingindo o menor patamar em três anos. A desaceleração da economia chinesa e a forte concorrência das montadoras locais têm pressionado a empresa de Elon Musk, que enfrenta desafios crescentes para manter margens e participação de mercado. A notícia impactou as ações da companhia e reacendeu o debate sobre o ritmo da transição energética global. Ainda nos Estados Unidos, após duas décadas de disputas judiciais, Visa e Mastercard chegaram a um acordo com varejistas para reduzir parte das taxas cobradas e permitir que comerciantes recusem cartões premium — um marco para o setor financeiro norte-americano. Com falências emblemáticas, reestruturações estratégicas e ajustes no comércio global, o início da semana reforça o tom de cautela e transformação que tem dominado o ambiente econômico mundial.
MCall | 10/11/2025: Trump promete US$ 2 mil a americanos e governo inclui Tesouro Direto no Pé-de-Meia

O cenário econômico global começou a semana com novas promessas e ajustes de rota. Nos Estados Unidos, Donald Trump anunciou que pretende pagar US$ 2 mil a cada americano com recursos arrecadados do tarifaço — uma medida populista com potencial de impacto fiscal relevante e que pode reacender discussões sobre estímulos e inflação. A proposta gerou entusiasmo entre parte do eleitorado, mas também preocupações sobre sustentabilidade orçamentária e efeitos de curto prazo no consumo. No Brasil, o destaque ficou por conta da ampliação das opções de investimento do programa Pé-de-Meia, que agora passa a incluir o Tesouro Direto. A mudança oferece aos estudantes uma alternativa mais rentável do que a poupança, alinhando o programa à educação financeira e incentivando o acesso a produtos de investimento público. A iniciativa é vista como um avanço no incentivo à poupança de longo prazo entre jovens de baixa renda. Enquanto isso, a CVM busca na Justiça o fim do sigilo de informações financeiras da Ambipar, envolvida em um processo de recuperação judicial que levantou dúvidas sobre a real situação de caixa da companhia. O episódio reforça o debate sobre transparência corporativa e governança em empresas listadas. Outros indicadores chamaram atenção no cenário doméstico: as apostas online já consomem 13% do orçamento familiar destinado à alimentação, segundo levantamentos recentes, mostrando uma mudança preocupante nos hábitos de consumo das famílias. Além disso, a inadimplência em condomínios atingiu 11,95%, o maior patamar desde 2022, refletindo a persistência das pressões de crédito e renda. No campo internacional, a China encerrou a proibição às importações de frango brasileiro, favorecendo o agronegócio nacional, enquanto Trump também voltou a pressionar frigoríficos americanos, acusando-os de elevar artificialmente os preços da carne bovina. O movimento ocorre em meio à tentativa do republicano de reforçar seu discurso econômico voltado ao consumidor médio e ao setor produtivo. A semana começa com os mercados atentos aos desdobramentos dessas medidas — tanto o populismo fiscal norte-americano quanto os ajustes internos no Brasil — que podem influenciar o humor dos investidores e a direção dos próximos indicadores econômicos.
MCall | 07/11/2025: Petrobras paga R$ 12 bi em dividendos e Tesla aprova pacote de quase US$ 1 trilhão para Musk

O Ibovespa encerrou a quinta-feira praticamente estável, com leve alta de +0,03%, acumulando +2,54% no mês. O pregão foi marcado por volatilidade, reflexo das incertezas externas e das discussões sobre política monetária no Brasil. A maior alta ficou com Rede D’Or (RDOR3), que subiu +8,36%, enquanto Minerva (BEEF3) desabou -13,48%, liderando as perdas. Entre os papéis com volume atípico, destaque para BEEF3 (5,60x a média, -13,48%), SMFT3 (4,96x, -4,59%) e RDOR3 (4,53x, +8,36%). A sexta-feira começou com notícias que movimentaram o mercado. A Petrobras anunciou o pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos, reforçando o papel da estatal como uma das principais fontes de retorno para investidores da bolsa brasileira. O pagamento, ainda que comemorado, reacende debates sobre o equilíbrio entre distribuição de lucros e investimentos estratégicos — especialmente diante das discussões sobre a política de transição energética da empresa. Outra boa notícia veio do mercado internacional de capitais: o Brasil captou US$ 2,25 bilhões em títulos sustentáveis no exterior. A emissão mostra o apetite global por papéis verdes e ocorre em um momento em que o país tenta fortalecer sua imagem às vésperas da COP30, que será realizada em Belém. Como brincou o próprio Bruno: “Tem que aproveitar a COP pra alguma coisa, né?”. No campo fiscal, economistas projetam que a ampliação da faixa de isenção do IR pode gerar um impacto positivo de até 0,6 ponto no PIB, estimulando o consumo das classes média e baixa. Enquanto isso, as discussões sobre o modelo híbrido do Nubank — que abandonará o home office a partir do próximo ano — e a suspensão da bet da Caixa, após cobrança do presidente Lula, dominaram o noticiário corporativo. No Agro, o movimento foi de reestruturação. A SLC Agrícola anunciou um acordo de R$ 1 bilhão com um investidor estrangeiro para ampliar projetos de irrigação na Bahia, mirando produtividade e sustentabilidade. Já a BrasilAgro registrou prejuízo crescente, pressionada por perdas na cana e pela ausência de vendas de fazendas. E o governo de Mato Grosso pediu a falência do “Rei do Algodão”, num episódio que expõe as tensões financeiras no setor. No cenário internacional, as manchetes se dividiram entre IA e Elon Musk. O CEO da Nvidia afirmou que a China vai liderar a corrida da inteligência artificial, impulsionada por energia barata e regulamentação flexível — um eufemismo para “menos restrições de privacidade”. Já os acionistas da Tesla aprovaram o maior pacote de remuneração da história corporativa, avaliado em quase US$ 1 trilhão para Elon Musk. Os gatilhos para que Musk receba o valor são, no mínimo, ambiciosos: a Tesla precisaria saltar de US$ 1,5 trilhão de valor de mercado para US$ 8,5 trilhões em até 10 anos, além de vender 10 milhões de veículos e operar 1 milhão de carros autônomos. Fechando o noticiário global, as ações do SoftBank voltaram a cair forte, pressionadas por novas dúvidas sobre o valuation de startups de IA na Ásia — um sinal de que, mesmo na era da inteligência artificial, a realidade ainda é quem dita o preço.
MCall | 06/11/2025: Copom mantém juros e Reino Unido desiste de fundo florestal no Brasil

O Ibovespa encerrou a quarta-feira em alta de +1,72%, acumulando avanço de +2,51% no mês e mantendo o bom humor dos investidores. A maior alta do dia ficou com Vamos Locação (VAMO3), que saltou +8,66%, enquanto CSN (CSNA3) liderou as quedas, recuando -4,60%. Entre os papéis com volume atípico, destaque para PCAR3 (3,61x a média, +0,00%), RADL3 (3,50x, +3,70%) e CMIN3 (3,25x, -0,17%). O destaque do dia foi a decisão do Copom, que manteve a Selic em 15% ao ano, sinalizando que os riscos inflacionários seguem elevados. O comunicado manteve o tom conservador, indicando que o ciclo de cortes de juros pode demorar mais do que o mercado gostaria. No paralelo, a velha dinâmica se repete: quando todos esperam queda, cada palavra do BC é dissecada em busca de qualquer sinal dovish — e vice-versa. A disputa entre expectativa e realidade segue o jogo central da política monetária. No campo regulatório, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, agora também conselheiro do Nubank, apresentou uma proposta para tributar bancos e fintechs com alíquota única de 17,5%. A medida foi bem recebida pela área técnica da Fazenda, mas gerou resistência na Febraban, que teme perda de competitividade das instituições tradicionais. Enquanto isso, o Senado aprovou o projeto que amplia a isenção do IR para rendas até R$ 5 mil, medida que deve aliviar parte da classe média e pressionar as contas públicas. O IOF, por sua vez, subiu e impulsionou a compra de dólar digital, que já ultrapassa R$ 10 bilhões por mês.
MCall | 05/11/2025: BC desliga plataforma do Drex e SoftBank despenca na Ásia com dúvidas sobre a IA

O Ibovespa encerrou o pregão de terça-feira em leve alta de +0,17%, mantendo o tom positivo da semana e acumulando ganho de +0,78% no mês. Entre os destaques, Pão de Açúcar (PCAR3) subiu +6,16%, enquanto Embraer (EMBR3) recuou -3,60%. No rastreador de volumes, CSAN3 negociou 3,59x acima da média (-3,12%), BBSE3 teve 2,53x (+1,20%) e EGIE3, 1,77x (+2,63%). No cenário doméstico, o Banco Central decidiu desligar a plataforma do Drex, moeda digital em desenvolvimento, após identificar problemas relacionados à privacidade de dados. A decisão foi temporária, mas gerou forte debate sobre a viabilidade do projeto — que tem como premissa central a rastreabilidade do dinheiro digital. Enquanto isso, a produção industrial brasileira caiu 0,4% em setembro, conforme o IBGE, refletindo queda na fabricação de veículos e produtos farmacêuticos. No Congresso, a Câmara dos Deputados aprovou o aumento da licença-paternidade para 20 dias, em movimento alinhado a pautas de inclusão e modernização trabalhista. Já o governo revelou ter desembolsado quase R$ 1,5 trilhão em auxílios sociais desde a pandemia, reforçando o peso fiscal da política de transferências. No setor financeiro, o Banco Master ampliou seu capital em R$ 100 milhões, e a Vorcaro indicou novos aportes para este mês. A Light, por sua vez, deu mais um passo rumo à renovação de concessão no Rio de Janeiro, após recomendação favorável da Aneel. No agronegócio, a Kepler Weber firmou acordo de exclusividade para negociar fusão com a controladora da concorrente GSI, sinalizando concentração no setor de armazenagem e logística agrícola. Já no campo jurídico, o STF formou maioria para manter a lei anti-moratória do Mato Grosso, em decisão que pode influenciar o equilíbrio fiscal de outros estados. No cenário internacional, o dia foi marcado por forte correção nas ações da SoftBank, que despencaram 10% após novas dúvidas sobre os valuations de empresas de inteligência artificial na Ásia. O episódio reacende o debate sobre uma possível bolha de IA, em meio a projeções de lucros infladas e ausência de entregas concretas. Nos Estados Unidos, o shutdown do governo completou 35 dias, igualando o recorde histórico de 2018, também sob a gestão de Donald Trump. Enquanto isso, na Europa, o fundo soberano da Noruega votou contra o pacote de remuneração de US$ 1 trilhão para Elon Musk na Tesla, afirmando que a estrutura de incentivos é “excessiva e concentrada”. Musk defende que precisa de 25% de controle da Tesla para garantir o avanço dos projetos de inteligência artificial da empresa. Por fim, a Apple prepara o lançamento de um MacBook “low cost”, mirando competir diretamente com modelos Windows e ChromeOS, em uma estratégia clara de ampliar a base de usuários e disputar o segmento educacional. Entre moedas digitais, regulação e tecnologia, o dia trouxe um lembrete: inovação precisa caminhar junto à confiança — e essa equação, no Brasil e no mundo, segue em construção.
MCall | 04/11/2025: A China não para de comprar Brasil e o maior data center do país vem aí, no Ceará

O Ibovespa encerrou o pregão em alta de +0,61%, elevando a valorização acumulada no mês para +0,61%. Apesar do ritmo contido, o mercado reagiu de forma positiva frente a uma combinação de investimentos estrangeiros em infraestrutura brasileira e a desaceleração da retirada de recursos em renda variável. A Minerva (BEEF3) avançou +2,79%, enquanto Marcopolo (POMO4) caiu -8,11%. No rastreador de volumes negociados, destacaram-se EQTL3 (2,89x a média, +2,59%), CPFE3 (2,27x, +2,64%) e ALOS3 (1,96x, +0,08%). No Brasil, o cenário de investimentos produtivos segue sendo impulsionado por aportes externos no setor elétrico: um estudo da CEBC confirma que o Brasil foi o terceiro maior destino global de investimentos produtivos chineses em 2024, ficando à frente de todos os emergentes e concentrando 34% dos recursos da China naquele ano no setor de energia. Esse contexto abre espaço para projetos de larga escala, como o anunciado data center de alto consumo no Ceará, com investimento estimado em mais de R$ 50 bilhões para atender à operação da ByteDance. No âmbito regulatório, o Banco Central publicou consulta pública sobre exposição de instituições financeiras a ativos digitais, e amplia o escrutínio sobre fintechs e criptomoedas — ação que segue ao endurecimento da remuneração de corretoras na venda de CDBs, tema objeto de debate desde o episódio do Banco Master. No campo das grandes corporações, o novo ciclo de captação de dívidas com taxas baixas pelas Big Techs chamou atenção: apesar de deterem trilhões em caixa, empresas como Meta e Alphabet captaram dezenas de bilhões em dívidas nos últimos dias. A lógica está clara: custo de capital barato, benefício fiscal e forte retorno sobre o capital investido combinam para viabilizar captações massivas mesmo em momentos de incerteza. Esse movimento reflete tanto a liquidez abundante global quanto a competição acirrada por ativos de tecnologia. No agronegócio, a safra 2025/26 atinge 47% da área plantada de soja no Brasil, segundo o AgRural, mesmo com atrasos logísticos e custos elevados de fertilizantes — que registram o pior segundo trimestre em cinco anos. A divergência entre investimento em infraestrutura digital e gargalos no agro ilustra o desafio estrutural que o país enfrenta: enquanto atraímos capitais para data centers e redes, ainda tropeçamos em temas básicos de produção e financiamento. No panorama internacional, a China informa que a dona do TikTok, ByteDance, construirá o maior data center do país no Ceará, com cerca de 300 MW de consumo energético. A operação reforça o interesse chinês em commodities e infraestrutura brasileira, enquanto os EUA e China prosseguem com diplomacia econômica. Esse tipo de investimento em “terras de dados” sinaliza que o Brasil está entrando em um novo ciclo de competitividade global — mas o timing, os custos e os impactos na cadeia local ainda são incertos. Em síntese: o mercado brasileiro parece estar estabilizando-se, impulsionado por aportes e reformas regulatórias, mas enfrenta ao mesmo tempo desafios macroeconômicos e setoriais que exigem atenção. O fluxo de investimentos externos mostra a força do país como destino estratégico, mas se não resolvermos gargalos como crédito e logística no agro e na infraestrutura, esse ciclo pode continuar frágil.
MCall | 03/11/2025: França rejeita taxação sobre grandes fortunas e Opep+ suspende aumento na produção de petróleo

O Ibovespa encerrou a sexta-feira em alta de 0,51%, acumulando valorização de 2,26% em outubro. No pregão, Yduqs (YDUQ3) foi o destaque positivo, subindo 8,39%, enquanto Marcopolo (POMO4) teve a maior queda, de 10,54%. Entre os papéis com volume atípico, Multiplan (MULT3) negociou 4,18 vezes a média, Vivo (VIVT3) 3,63 vezes e Yduqs 2,82 vezes. No plano doméstico, o governo prepara o envio de um projeto de lei antifacção ao Congresso nos próximos dias, enquanto o Senado aprovou a MP com novas regras para o setor elétrico — decisões que prometem mexer com o calendário legislativo e com investidores setoriais. Em ambiente corporativo, a Vale sinalizou a possibilidade de dividendos extraordinários em breve, o que alimentou compras em ações do setor de minério. A Netflix aparece nas conversas de mercado ao avaliar a compra da Warner Bros Discovery, movimento que reforça a onda de consolidações entre gigantes de mídia. O noticiário econômico também trouxe sinais de aperto: a emissão de títulos em moeda forte por empresas brasileiras caiu mais de 50% em um ano, reflexo do ambiente de crédito mais restrito após escândalos corporativos recentes. No varejo financeiro, a Tether avançou e já figura entre os maiores detentores de títulos do Tesouro americano — um sinal das mudanças na dinâmica de reservas e alocações globais. No campo, as notícias foram de ajuste e consolidação: o Grupo Belagrícola entrou com pedido cautelar por dívida de R$ 3,2 bilhões, enquanto a Syngenta reportou retração nas vendas no trimestre. Em contrapartida, o mercado segue atento às compras chinesas de commodities, que influenciam preços e expectativas de safra. No cenário internacional, parlamentares franceses rejeitaram proposta de taxação sobre grandes fortunas, ampliando o impasse orçamentário em Paris. Em reação a tensões geopolíticas e a ajustes na oferta, a Opep+ decidiu suspender o aumento planejado na produção de petróleo a partir do ano que vem — movimento que sustentou os preços do petróleo no curto prazo. A zona do euro registrou desaceleração da inflação anual em outubro, e a atividade industrial da China mostrou contração pelo sétimo mês seguido, dois fatores que seguem moldando o horizonte para bancos centrais e investidores globais. Em resumo: mercados domésticos e globais reagiram a uma combinação de decisões políticas, movimento em commodities e sinais mistos da economia real — um conjunto que mantém a volatilidade e exige atenção à agenda legislativa e aos indicadores de atividade.
MCall | 31/10/2025: AB InBev entra na Champions, Netflix mira a Warner e IA pressiona as Big Techs

O Ibovespa encerrou a sexta-feira com leve queda de -0,10%, mas fechou outubro em alta de +1,74%, sustentado pelo bom desempenho das ações de consumo e energia. Hypera (HYPE3) liderou as altas do dia (+4,95%), enquanto Bradesco (BBDC4) recuou -3,88% após divulgação de resultados fracos. No rastreador de volume, destaque para AB InBev (ABEV3), com volume 3,28x acima da média e alta de +4,66%, impulsionada pela notícia de que assumirá o patrocínio exclusivo da Champions League, encerrando 30 anos de parceria com a Heineken. No Brasil, o Senado aprovou a MP do Setor Elétrico sem alterações e o texto segue para sanção presidencial. A medida redefine regras de concessão e privatização, devendo abrir espaço para novos investimentos em energia. O Banco Central abriu consulta pública para definir limites de exposição de instituições financeiras a criptomoedas, reforçando o esforço de regulação do setor. O Caged mostrou queda de 15% na criação de empregos formais em setembro, sinalizando desaceleração do mercado de trabalho. E o Cade aprovou, sem restrições, a subscrição de ações da Cosan por BTG Pactual e Perfin, ampliando o capital do grupo de energia e infraestrutura. No mundo corporativo, a XP adquiriu uma participação minoritária na ACT Investimentos, escritório focado na região Nordeste, em linha com a estratégia de expansão nacional da plataforma. No agronegócio, o acordo entre EUA e China envolvendo soja, terras raras e tarifas esfriou as vendas brasileiras do grão e derrubou prêmios de exportação. Em contrapartida, a China anunciou a compra de 12 milhões de toneladas de soja dos EUA, o que elevou os preços em Chicago. A Inpasa confirmou investimento de R$ 2,4 bilhões em uma nova usina de etanol de milho, reforçando o peso do biocombustível na matriz energética brasileira. No cenário global, o destaque ficou para o setor de mídia e tecnologia. A Netflix estuda uma oferta para comprar a Warner Bros Discovery, movimento que poderia redesenhar o mercado de streaming. Paralelamente, a Meta planeja uma emissão de US$ 25 bilhões em títulos de dívida, a maior do ano, para financiar investimentos em inteligência artificial — tecnologia que também está levando Microsoft, Alphabet e outras Big Techs a disputar o acesso a usinas nucleares, em busca de energia suficiente para sustentar seus data centers. No campo político, Donald Trump confirmou que a Coreia do Sul recebeu aval dos EUA para construir submarinos nucleares, e defendeu um “novo campeão nacional” na energia nuclear como motor de crescimento americano. Enquanto isso, o PIB do México recuou 0,3% no 3º trimestre, e a falida Mt. Gox adiou novamente o reembolso de seus credores — agora, só em 2026. Entre IPOs trilionários, fusões gigantes e o retorno da energia nuclear ao centro do tabuleiro, o mercado fecha outubro com um lembrete: a próxima corrida global não será por dados, mas por energia para processá-los.
MCall | 30/10/2025: Meta despenca, montadoras alertam falta de chips e Fed corta juros novamente

O Ibovespa fechou a quinta-feira em alta de +0,82%, acompanhando o alívio externo após novos cortes de juros em economias desenvolvidas. No mês, o índice acumula avanço de +1,64%, sustentado principalmente pelo bom desempenho das ações de varejo e energia. Pão de Açúcar (PCAR3) liderou as altas do dia, com +5,63%, enquanto MBRF (MBRF3) caiu -7,84%. No Brasil, o foco se voltou para o alerta das montadoras, que comunicaram ao governo risco de paralisação nas linhas de produção por nova escassez de chips semicondutores — um déjà-vu da crise vivida durante a pandemia. A Câmara dos Deputados aprovou medidas que revisam gastos do governo, parte da estratégia de ajuste fiscal discutida para o orçamento de 2026. No front corporativo, o Carrefour vendeu 22 imóveis e alugou os mesmos pontos por no mínimo 15 anos, em operação que reforça o caixa. Já a Axia Energia (antiga Eletrobras) adquiriu o controle da hidrelétrica Três Irmãos por R$ 247 milhões, movimento que amplia sua presença no setor elétrico. No agronegócio, a receita com vendas de máquinas agrícolas caiu 1,8% em setembro, segundo a Abimaq, reflexo do aperto no crédito e da cautela dos produtores diante do cenário de custos elevados. O Banco do Brasil confirmou restrições de financiamento a empresas do setor em recuperação judicial, endurecendo as condições de crédito rural. Lá fora, o destaque ficou com o Federal Reserve, que mesmo diante do chamado “apagão de dados” dos EUA, reduziu a taxa básica em 0,25 ponto percentual, sinalizando que novos cortes não estão garantidos. O presidente Jerome Powell reforçou a postura de cautela, indicando que as próximas decisões dependerão da evolução da inflação e do mercado de trabalho. O Banco Central do Canadá também cortou juros para 2,25%, afirmando que a inflação no país já está próxima da meta. No universo corporativo global, a Meta, dona do Instagram e WhatsApp, registrou queda de 83% no lucro do trimestre, frustrando o mercado e derrubando suas ações em quase 8% no after market. Já a OpenAI se prepara para um IPO que pode avaliar a companhia em até US$ 1 trilhão, dobrando sua avaliação obtida nesta mesma semana após novo aporte da Microsoft. A Nvidia segue escrevendo seu próprio capítulo na história do mercado financeiro: tornou-se a primeira empresa do mundo a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado, impulsionada pela demanda contínua por chips de inteligência artificial. Enquanto isso, o Uruguai foi apontado como o país latino mais adaptado ao trabalho remoto, e o endividamento das famílias brasileiras subiu para 48,9% em agosto, mostrando que o crédito ainda pesa no orçamento das famílias. Entre cortes de juros, lucros frustrados e o fantasma da escassez de chips, o mercado fecha a semana dividido entre o otimismo monetário e a prudência industrial
MCall | 29/10/2025: Nubank supera Petrobras e Microsoft sela acordo bilionário com OpenAI

O Ibovespa encerrou a terça-feira em leve alta, acompanhando o tom positivo dos mercados internacionais e o avanço de ações ligadas ao varejo e à tecnologia. Apesar da volatilidade global, o ambiente doméstico seguiu marcado por notícias corporativas relevantes e discussões sobre o equilíbrio fiscal do governo. O grande destaque do dia veio do setor financeiro: o Nubank ultrapassou a Petrobras e se tornou a empresa mais valiosa do Brasil, com valor de mercado estimado em US$ 77 bilhões. O feito simboliza a força do setor de tecnologia financeira e a consolidação de modelos digitais num país em que o número de contas abertas em bancos digitais continua crescendo a dois dígitos ao ano. No campo político e econômico, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que proíbe a cobrança por bagagem de mão e despachada de até 23 kg em voos domésticos. A medida ainda precisa passar pelo Senado, e o mercado aéreo avalia com cautela seu impacto sobre custos e tarifas. Paralelamente, crescem as preocupações fiscais: as despesas do governo fora da meta devem alcançar quase R$ 400 bilhões, reacendendo o debate sobre o real alcance do arcabouço fiscal e a credibilidade das metas de resultado primário. No setor corporativo, o FII BTHR11 anunciou a compra de 14 hotéis da Accor em São Paulo e no Rio de Janeiro por R$ 298 milhões, reforçando o apetite do mercado imobiliário por ativos ligados ao turismo. Já a Fleury expandiu sua presença no interior paulista com a aquisição da rede de análises clínicas LSL por R$ 34 milhões. No agronegócio, corretores confirmaram que a China retomou as compras de soja americana após cinco meses de interrupção, movimento que pode influenciar os preços internacionais e as exportações brasileiras. Nos Estados Unidos, o Senado aprovou a revogação das tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil, abrindo caminho para um possível reequilíbrio nas relações comerciais entre os dois países. O dia também foi marcado por um dos acordos mais relevantes do setor de tecnologia: Microsoft e OpenAI chegaram a um novo entendimento que avalia a criadora do ChatGPT em US$ 500 bilhões, consolidando-a como uma das empresas mais valiosas do mundo e transformando oficialmente sua estrutura em uma companhia com fins lucrativos. Além disso, Apple e Microsoft se uniram à Nvidia no seleto grupo de empresas com valor de mercado acima de US$ 4 trilhões, enquanto o CEO do JPMorgan alertou que profissionais jovens podem estar ficando para trás na carreira devido à insistência no home office — sinal de que a volta ao presencial segue como tendência no setor financeiro. O cenário global mostra uma economia em transição, com avanços na tecnologia e tensões persistentes na política fiscal e comercial. Entre o impulso das big techs e os desafios de sustentabilidade das contas públicas, o mercado permanece dividido entre euforia e cautela.