MCall | 20/10/2025: Campos Neto critica tributação, estatais registram déficit recorde e petróleo segue em queda

O Ibovespa encerrou a sexta-feira em alta de 0,84%, impulsionado por empresas do setor de energia e indústria, como Raízen (+9,41%) e Weg (+4,48%). Apesar da recuperação, o índice ainda acumula queda de 1,94% em outubro. O destaque do pregão foi o forte volume em ações ligadas ao ciclo econômico e commodities, em um ambiente de cautela global com a desaceleração da demanda por petróleo e o cenário fiscal doméstico ainda incerto. No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a carga tributária efetiva das fintechs já supera a dos grandes bancos, apontando distorções no sistema atual. Dados da Zetta mostram que, em 2024, as fintechs pagaram em média 29,7% em tributos, contra 12,2% dos bancos — e a diferença chegou a ser ainda maior em 2023. O tema ganha relevância em meio às discussões sobre o novo modelo de regulação para o setor financeiro digital. Outra movimentação importante foi a saída de João Fukunaga da presidência da Previ, o maior fundo de pensão do país, após meses de pressão política. No mesmo campo, o fundo de pensão dos servidores do Rio de Janeiro voltou a ser destaque negativo ao investir mais R$ 1 bilhão em produtos ligados ao Banco Master, mesmo após alertas do Tribunal de Contas. No lado fiscal, o governo alterou as regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC), permitindo que o pagamento continue caso a renda familiar per capita permaneça dentro do limite em pelo menos uma das referências — o último mês ou a média dos últimos 12 meses. Enquanto isso, dados apontam que as estatais federais registraram déficit recorde de R$ 18 bilhões sob o terceiro mandato de Lula, o maior resultado negativo da série histórica. Na economia global, o petróleo segue em forte correção: navios carregando mais de 1 bilhão de barris aguardam compradores em alto-mar, segundo a consultoria Vortexa, o que pressiona os preços da commodity e pode influenciar o comportamento inflacionário em várias economias. Nos Estados Unidos, Donald Trump voltou a provocar ruídos diplomáticos ao cortar ajuda à Colômbia e acusar o presidente Gustavo Petro de ser “líder do tráfico de drogas”. Já no campo corporativo, a Apple segue ampliando seu domínio no setor de entretenimento ao superar a Disney+ e adquirir os direitos de transmissão da Fórmula 1 nos EUA pelos próximos cinco anos, reforçando sua estratégia de integração entre tecnologia e conteúdo.