MCall | 15/09/2025: Fitch corta nota da França, Lula escreve no NYT e carne e café disparam nos EUA

O Ibovespa encerrou a última semana em queda de -0,26%, mas ainda acumula alta de +0,60% no mês. Na sexta-feira, a maior alta foi da Raia Drogasil (RADL3) com +2,85%, enquanto a Yduqs (YDUQ3) liderou as perdas, com -4,93%. No rastreio de volumes atípicos, destaque para ASAI3 com volume 1,72x maior que a média e queda de -0,30%, VAMO3 com 1,70x e recuo de -4,18%, e HYPE3, com 1,67x e queda de -3,94%. No Brasil, a política e a economia caminharam juntas: o presidente Lula publicou um artigo no The New York Times defendendo o Brasil como parceiro confiável dos EUA, reforçando pautas como a defesa do meio ambiente, o papel do Pix na inclusão financeira e a soberania nacional, ao mesmo tempo em que citou o julgamento de Bolsonaro. Enquanto isso, a Receita Federal anunciou o desenvolvimento de um super sistema para a reforma tributária, projetado para ser 150 vezes maior que o Pix, capaz de processar 70 bilhões de documentos por ano e reduzir a sonegação. No agronegócio, o Brasil aumentou exportações de café para México e Colômbia, contornando barreiras comerciais, enquanto os preços da carne e do café disparam no mercado americano, com altas de 16,6% e 21,7% em 12 meses, respectivamente. No mundo, a agência Fitch rebaixou a nota de crédito da França, num novo sinal de deterioração fiscal: dívida pública já em 113% do PIB, juros em alta, gastos sociais crescentes e instabilidade política (o país pode chegar ao quinto primeiro-ministro em menos de dois anos). O ambiente gera preocupação sobre a sustentabilidade das contas do país. Também chamou atenção a disputa geopolítica na Venezuela, onde o governo começou a treinar civis em quartéis para usar armas enquanto os EUA deslocam sete navios, um submarino e 4.000 fuzileiros navais para a costa do país — e, curiosamente, investidores começaram a comprar os títulos venezuelanos em default, apostando numa possível queda de Maduro e retomada de pagamentos. Nos EUA, as tensões comerciais se intensificam: Trump defendeu que a Otan imponha tarifas de 50% a 100% sobre produtos da China e suspenda as compras de petróleo russo, enquanto empresas avaliam mudanças estratégicas, como o UBS estudando mover sua sede para os EUA para fugir de regras mais rígidas na Suíça. No setor corporativo, a OpenAI deve reduzir para 8% a fatia de receita compartilhada com a Microsoft até o fim da década (hoje é 20%), e no mercado brasileiro, a Advent se aproxima da compra da rede Sonda Supermercados, que fatura R$ 5 bilhões por ano em São Paulo.