MCall | 08/09/2025: Brasil, EUA, China e os movimentos globais da economia

O pregão da última sexta-feira trouxe ânimo ao mercado brasileiro, com o Ibovespa encerrando em alta de 1,17%, acumulando 0,86% de valorização no mês. A Magazine Luiza liderou os ganhos do dia, com avanço de 7,17%, enquanto Brava Energia registrou a maior queda, de 3,42%. Entre os destaques de negociação, algumas ações chamaram a atenção pelo volume atípico, como STBP3, AZZA3 e BBSE3, indicando movimentações fora do padrão e atraindo os olhares dos investidores. No Brasil, os holofotes se voltaram para grandes projetos e regulações. A construtora portuguesa Engil-Mobil, com capital chinês, assumiu a obra do túnel Santos-Guarujá, um dos marcos do Novo PAC, com investimento de R$ 6,8 bilhões e previsão de ao menos cinco anos de execução. O Banco Central, por sua vez, reforçou as regras para fintechs, limitando transferências a R$ 15 mil em instituições que ainda não têm aprovação definitiva, embora gigantes como Nubank e Mercado Pago não sejam afetadas. No agro, a fusão entre BRF e Marfrig foi aprovada pelo Cade, enquanto a China respondeu por 84% das exportações de soja brasileiras em agosto. Além disso, o governo federal destinou R$ 12 bilhões para renegociação de dívidas rurais e a Petrobras estuda expandir sua presença no mercado de etanol de milho. Nos Estados Unidos, os dados do mercado de trabalho vieram abaixo do esperado, reacendendo discussões sobre a resiliência da economia. No setor corporativo, chamou a atenção a proposta ousada da Tesla de conceder a Elon Musk um bônus de US$ 1 trilhão caso a empresa multiplique seu valor de mercado por oito nos próximos dez anos. Em paralelo, tensões geopolíticas se intensificaram após caças venezuelanos sobrevoarem um navio americano no Caribe, levando os EUA a deslocarem dez caças F-35 para a região. No campo comercial, Washington cogita abrir investigação contra a União Europeia após a multa bilionária de US$ 3,46 bilhões aplicada ao Google. A China também esteve em destaque, tanto pela crescente influência no setor de minério de ferro, após trading estatal assumir vendas de cargas da Vale, quanto pela pressão na cadeia global de alimentos, já que o maior apetite chinês, junto aos EUA, impulsionou os preços da carne bovina a patamares recordes. Além disso, o país segue fortalecendo sua posição como principal destino do agronegócio brasileiro, absorvendo grande parte das exportações de soja. No cenário global, a Opep+ surpreendeu ao aprovar, em uma reunião-relâmpago de apenas 11 minutos, o aumento da produção de petróleo, movimentação que pode influenciar preços internacionais nos próximos meses. O Japão divulgou crescimento acima do esperado no segundo trimestre, impulsionado pelas exportações. Já no setor esportivo, a NFL dobrou de valuation em três anos, atingindo US$ 227 bilhões em 2024, com destaque para o modelo de receitas diversificadas e controle rígido de gastos que sustentam seu crescimento. O ambiente econômico internacional segue marcado por movimentos intensos em diferentes frentes — da geopolítica às commodities, da inovação tecnológica às finanças. O Brasil, com grandes projetos de infraestrutura e avanços no agronegócio, permanece como ator central no fluxo de capitais e na segurança alimentar global. Já os EUA e a China mostram que as tensões comerciais e as disputas por influência continuam a ditar o ritmo da economia mundial.